quarta-feira, 25 de junho de 2008

tanta inteligencia

Bela amarrada

Cordas foram passadas em volta do seu corpo até o pescoço, sem chances para sair daquele buraco e ver a luz do dia. Ela não sabe como chegou até este lugar, só sabe que depois que saiu do cabeleireiro, alguém veio por trás e deu uma pancada na sua nuca. Quando acordou, tentou coçar a cabeça e viu as mãos atadas.



Andrógino de costa

Subia a ladeira sorrindo a toa. Quem a olhava, logo era percebido por seus olhos penetrantes. Até parecia que tinha um olho nas costas. E lá ia ela, descendo e parando em cada esquina. E todos começavam a correr. Devia ser algum pressagio de chuva. Ela olhava para o céu, esticava as mãos e depois fechava os olhos quando caía uma gota na sua testa.

Olhando o Abraço

Sentou-se no chão, depois veio ele em seguida. Uma dança sem movimento, uma pausa silenciosa da música. A maestria do fim e do começo. Toda força e nenhuma fraqueza, apenas aquilo que nos deixa assim, sem saber, no vazio de todas cores. E começa o ritmo, levando aos cantos e voando até o teto. Onde se vê tudo que há para si. O ciclo da plenitude.

Cabelo em chama

Queimando por dentro, saindo faíscas da mente. Fogo-fátuo. Levando o espírito a desnudar-se ao admirar no espelho. Aproxime, disse ela. E subiu e caiu. Foi ao núcleo da terra, para receber as águas da lua. Despejando o liquido amarelado nas rochas, derretendo tudo em puro ardor. Nasce a flor branca. Exalando o seu cheiro de enigmas indecifráveis.

De mãos dadas

Os dois ficaram olhando o horizonte, deitados no alto da montanha. Ao som dos passarinhos que cantavam a aurora. Os ventos traziam nuvens que desenhavam o rosto dos dois no céu, era o momento em que o corpo se desmaterializava e caía num sono eterno com o aperto da mão de quem não se solta, nem morta. Os dois pássaros voando no infinito.

­um eu alias e quase

­

Quem sou eu

Minha foto
Salvador, Bahia, Brazil